SER PAI, MÃE DE SANTO NA UMBANDA

Antes vamos observar apenas a palavra "Pai".

Ser Pai é algo tão sublime como ser Mãe, apesar de muitas pessoas darem uma importância suprema a palavra "Mãe".

E entendo esse exaltar, entendo o amor pela palavra Mãe, mas dou a mesma importância ao Pai. E falo isso por mim mesmo, pois sou pai. Um pai na doce expressão de ser realmente um pai.

O pai que cuida, educa, se preocupa, ama seu filho acima de tudo. O pai que se levanta nas madrugadas frias para verificar se seu filho não passa frio, o pai que vela pelo sono tranquilo de seu protegido em noites de tempestade, o pai que se desespera pelo pequeno atraso de seu menino já crescido, o pai que chora com o choro de sua eterna criança, o pai que ri das piadas sem graça de seu comediante mirim.

Enfim, o pai que ama seu filho como se ele fosse o único ser existente na face da terra.

Acredito que todos os pais deveriam ter esse sentimento, essa preocupação, esse amor.

E alguns pais, que amam seus filhos, se estendem com essa
nomenclatura de "Pai" para algo um tanto maior, pois levam esse amor tão imenso para dentro da religião que ama, como por exemplo a nossa linda e sagrada Umbanda. E a partir daí se tornam nossos Pais de Santo, que na maioria das vezes são tão importantes para nós como nossos pais consanguíneos.

Abaixo gostaria de anexar um texto que recebi para melhor demonstrar o amor de um Pai de Santo aos filhos de seu Terreiro. Em um tom de desabafo, esse texto é uma verdadeira demonstração de amor aos Filhos de Santo, e que muitos desses filhos que frequentam uma casa de Umbanda, não entendem ou não percebe o imenso carinho e amor que um Pai de Santo, e gostaria nessa frase também mencionar as queridas Mães de Santo, pois o amor é igual, tem por seus amados Filhos de Santo.

DESABAFO DE UM PAI DE SANTO

"Queridos filhos de santo que hoje se reúnem para falar mal de pais e mães de santo, Gostaria em nome de meus co-irmãos pedir-lhes desculpas por termos abertos nossas portas para recebê-los sem muitas vezes conhecê-los profundamente.

De perdermos nossas noites de sono tentando arrumar uma solução para os problemas que vocês criaram para suas vidas, de nos privar de algumas coisas em nossas vidas pessoais porque precisávamos ajudar um filho que não fez sua parte na casa.

De ampará-los, de brigarmos com vocês achando que nossos conselhos iriam lhe encaminhar para o melhor, de suas vidas terem melhorado um pouquinho, mais para vocês não ser o suficiente, de nos importarmos em querer o melhor para vocês.

Simplesmente desculpem, continuaremos aqui, muitas vezes magoados com suas atitudes e falhas, porém com a certeza de que daqui há pouco passará e faremos tudo novamente pois o nome disso é MISSÃO. Reflitam!".

Esse relato em forma de desabafo demonstra bem que até mesmo alguns filhos de Santo de uma casa não compreendem, não percebem e não valorizam seus verdadeiros Pais de Santo.

E o que podemos entender como "verdadeiro Pai de Santo"?

O Pai de Santo é aquele que vemos como um caminho a seguir, é aquele que não usa de seu título para induzir seus filhos a errar, é aquele que mostra que a Umbanda é uma religião não um comércio da fé, é aquele que protege seu terreiro e seus consulentes contra médiuns prepotentes, vaidosos, mentirosos e mistificadores, é aquele que abraça seu Filho de Santo como abraça um filho consanguíneo, educando-os, encaminhando-os e amando-os.
Gosto de frisar para deixar muito claro, que nem todas as pessoas que estão a frente de um Terreiro, que vestidos com o branco de nossa Umbanda, que paramentado com Guias de contas sejam Pais de Santo, pois, um Pai de Santo não é feito por roupas ou guias, ele é feito de um intenso grau de mediunidade, honestidade, caráter, humildade e amor.

Não se deixem enganar pelos falsos Pais e Mães de Santo que transformaram sua missão em poço de vaidade ou em um modo de adquirir bens econômicos enganando seus semelhantes.

Por várias vezes as pessoas me perguntam se eu acho agradável ser um Pai de Santo, e por mesmo número de vezes eu não sei bem o que responder. Não porque não ache agradável, em alguns casos até poderia dizer que sim, pois a Umbanda é algo tão sublime em suas demonstrações de amor e fé, que extremamente agradável fazer parte desses grupos, e mais ainda de ser uns dos que está a frente dessa disseminação de caridade e fé.

Dentro da Umbanda não há um tradicionalismo, como em outras religiões, pois não tendo regras escritas dando poderes de líder ao Pai de Santo, estando ele a frente de uma casa de Umbanda, será ele que vai dirigir o terreiro, sendo assim sua palavra tem uma grande força nas decisões tomadas dentro daquela casa.

O fato é que, em muitas casas, ele não é nomeado nem eleito, ele tem fiéis seguidores que aceitam e acreditam no que é pregado pelo mentor da coroa dele.

O Pai ou Mãe de Santo são os chefes da comunidade de fiéis que buscam ajuda, desenvolvimento mediúnico, tratamento espiritual e abrigo sobre o teto de seu Terreiro.

O Orixá do Pai de Santo será sempre o chefe espiritual da casa. Ele marca a linha de trabalho do terreiro e a entidade dessa linha que incorpora nele sempre será o chefe espiritual do terreiro que ditará todas as normas e regras para o seu funcionamento.

Finalizando, o Pai de Santo é um Médium extremamente preparado, mas é um médium como todos os Médiuns frequentadores de uma casa de Umbanda. Foi desenvolvido mediunicamente e espiritualmente para ser "O Pai de Santo", o que vai mostrar caminhos, o que vai buscar ajudar ao filho que necessita, o que vai trabalhar para o desenvolvimento dos Filhos de Santo. E isso além de missão é uma obrigação.

Então não é necessário que idolatre um Pai de Santo, mesmo que ele exija isso.

Pai de Santo não é para ser idolatrado, apenas basta respeitá-lo como líder da religião, que é tão linda e sagrada, a nossa Umbanda.

Saravá todos os Pais, Mães e Filhos de Santo de nossa Umbanda!



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